A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Problemáticas decorrentes da relação entre redes e bolhas sociais no Brasil contemporâneo”. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Tempos de intolerância: polarização encontra força motora nas redes sociais
23.mar.2018 | Fonte: Folha de Pernambuco | Por: Ulysses Gadêlha e Anna Tenório
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A vinda da filósofa americana Judith Butler ao Brasil, em novembro de 2017, foi um dos muitos episódios em que o País vivenciou o chamado “discurso de ódio”. O seminário, em São Paulo, tinha como tema “Os Fins da Democracia”, mas manifestantes conservadores levantaram cartazes – com dizeres de “Não à ideologia de gênero” – e incineraram uma boneca na entrada do Sesc Pompeia, aos gritos de “queimem a bruxa”, na tentativa de expulsar a renomada pensadora feminista. As conclusões equivocadas sobre o teor do evento e o tratamento ofensivo dispensado a Butler, que chegou a ser hostilizada no aeroporto, traduzem o sentimento presente nas redes sociais e que, nos últimos anos, contamina o processo político brasileiro.
A professora do Departamento de Comunicação da UFPE, Carolina Dantas, acredita que a internet tem sido um campo fértil para o discurso de ódio porque, entre outras coisas, proporciona anonimato aos detratores. “Há estudos que mostram que o brasileiro tende a ser mais agressivo quando não há essa possibilidade de ser identificado. Quando você está no automóvel, por exemplo, você tende a ser mais agressivo do que numa fila de banco, justamente porque você não é visto. As pessoas não querem ser agredidas, ameaçadas, por isso você se blinda, na web há uma tela protegendo sua identidade”, disse.
A própria programação dos aplicativos e páginas das redes sociais contribuem para a formação de circuitos fechados, que ganharam a denominação de “bolhas sociais”. Os conteúdos compartilhados na web acabam se fechando em ciclos próprios, por afinidades ideológicas comuns, fazendo com que o usuário não consiga enxergar opiniões contrárias a sua, contribuindo para uma espécie de cegueira social e a difusão do discurso de ódio. “Esse magnetismo tem a ver com a nossa capacidade de circular informações rapidamente. Há um desejo de ter visibilidade, poder ganhar mais curtidas. Todos querem ser famosos, todos querem ser celebridades digitais. O usuário acaba falando mais com o fígado do que com o cérebro”, avaliou Goveia. […]
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